A
JOANINHA VAIDOSA, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada
Era
uma vez uma joaninha muito alegre e divertida que vivia num bosque.
Todos os seus habitantes a admiravam e com ela brincavam. Era a
personagem principal daquela terra.
Mas
um dia apareceu por lá uma borboleta com asas azuis, e todos ficaram
maravilhados. Ficaram espantados pela sua beleza. A Borboleta riu-se
feliz pela atenção, brincou com os animais e prometeu voltar.
Mas
no dia seguinte, quando voltou, a borboleta trazia asas amarelas, não
falou com ninguém e foi-se embora. Todos acharam que se achava muito
importante por ser bela. Ao fim do dia voltou e já com outras assas,
agora de várias cores.
O
tema de conversa passou a ser borboleta, todos ficaram com a pulga
atrás da orelha, pois as borboletas não mudam as asas. A situação
deixou triste e ciumenta a joaninha, habituada a ser o centro das
atenções e a mais bonita.
Todos
queriam desvendar aquele mistério. O mocho, o mais sábio dos
animais, aconselhou todos a terem calma e a esperar, pois o tempo
tudo resolve.
Entretanto
a joaninha, sentindo-se cada vez mais sozinha e abandonada resolveu,
também ela, mudar de visual para chamar a atenção. Primeiro quis
ser parecida a uma rã, usando folhas verdes, para poder nadar e
mergulhar, mas quase ia morrendo afogada, se o cágado não a
salvasse. Mas nem isso a fez desistir. Logo a seguir, resolveu vestir
penas de pássaro para ficar mais bonita e poder voar. Grande
trambolhão deu, mas nem assim os amigos lhe deram atenção, nesse
preciso momento chegaram três borboletas: uma de asas azúis, outra
de asas amarelas e outra de asas com todas as cores.
Os
outros animais perceberam assim o mistério. Afinal eram três irmãs.
Todas elas lindas.
Nesta
altura a joaninha ficou ainda mais triste e decidiu fazer um novo
vestido, agora com flores. O mocho percebeu que algo se passava com a
joaninha, e foi falar com ela para saber o que tinha. A joaninha
disse-lhe que queria ser bonita como as borboletas. O mocho
respondeu-lhe que não devia olhar para os outros para imitar a sua
beleza, mas olhar para si, e para realçar a sua belza, escolher
coisas que lhe ficassem melhor.
A
joaninha seguiu o conselho e passou a usar enfeites, sem imitar
ninguém.
Todos
podemos ser vaidosos e querer estar no nosso melhor.
Mas
ter inveja da beleza dos outros, não é um bom caminho para sermos
belos também por dentro.
Quando
a joaninha percebeu que todos são bonitos, por serem diferentes,
passou a ser grande amiga das borboletas.
2º
ano, CESC
O 5 DE OUTUBRO E A 1ª REPÚBLICA
Em finais do século XIX,
vivia-se em Portugal um forte descontentamento pelo estado em que se
encontrava o país, sobretudo pelos dirigentes do Partido
Republicano. Havia falências, aumentava o desemprego,
multiplicavam-se as greves. Os governos sucessivos, indicados pelo
rei, não conseguiam resolver os problemas, e a maneira como rei D.
Carlos conduzia a política e as enormes despesas da família real
com viagens levavam a que o rei tivesse uma imagem negativa perante o
país.
Assim, muitos eram aqueles que se
impunham à monarquia e exigiam uma mudança de regime.
No início do século XX, mais
propriamente em Agosto de 1906, é eleito chefe do governo João
Franco que governava com pulso de ferro.
O povo odiava-o. Até alguns
monarquicos não o podiam ver. Os republicanos culpavam o rei, pois
este não lhe retirava o poder.
O partido republicano queria
abolir a monarquia, mas não queria fazer mal ao rei, isto porque D.
Carlos tinha muitos amigos na europa, pois passava a vida a viajar, e
no futuro queriam poder contar com alianças com países
estrangeiros.
Nesta altura cresce a revolta e
começa-se a organizar a revolução.
Mas alguém deu com a língua nos
dentes e o governo descobre os planos dos revolucionários e manda
prender alguns deles. O restantes avançam na mesma, mas tudo corre
mal e muitos dirigentes são presos, segundo as ordens de João
Franco.
Não contente com isso, o chefe
do governo levou, ainda, o rei a assinar um decreto que impunha o
degredo (exilio) para Àfrica ou Timor, de todos aqueles que
conspiraram ou viessem a conspirar contra o governo e o rei.
Reza a história que no momento
da assinatura o rei terá dito: "Acabei de assinar a minha
sentença de morte."
O Regicídio
Parecia adivinho. Temendo as
reações dos populares, mas disposto a ocupar o seu lugar e a
enfrentar as dificuldades, estando ausente no Alentejo, com o seu
filho mais velho e a rainha, numa escapadinha para caçar, decide
regressar a Lisboa., temendo as reações dos poulares, mas disposto
a ocupar o seu lugar e a enfrentar as dificuldades. Até porque
recebeu uma carta de João Franco garantindo que o ambiente na
capital estava calmo.
Ao desembarcar do comboio no
Terreiro do Paço, no dia 1 de Fevereiro de 1908, percebe que o
ambiente está tudo menos calmo e assusta-se quando o chefe da
polícia de serviço lhe responde: "Meu senhor, isto vai muito
mal..."
Depois de conversar com João
Franco, abraçou D. Manuel e subiu para a carruagem que o levaria a
casa, o Palácio das Necessidades.
Estava uma multidão na rua e no
ar sentia-se o medo, a raiva, a ansiedade e a excitação.
Pouco tempo depois surge no meio
do povo um homem barbudo, de gabardina vestida, de onde tirou uma
carabina e disparou sobre a comitiva do rei. Do outro lado da rua
surge outro homem, também ele armado, que saltou para a carruagem e
disparou até à ultima bala, nas costas do rei D. Carlos. O princípe
Luís Filipe ainda se defendeu a tiro mas também ele foi abatido. A
rainha descontrolada gritava: Infames, Infames!
Por fim a polícia disparou
sobre os agressores e depois sobre as pessoas que assistiam. Gerou-se
uma grande confusão, com pessoas a gritar e a fugir.. E o grito que
mais se ouvia na cidade era: Mataram o Rei! Mataram o Rei!
O último rei de Portugal
Logo no dia seguinte ao regícídio
D. Manuel reuniu o Conselho de Estado, composto pelos chefes dos
principais partidos políticos, a rainha D. Amélia e outras figuras
importantes do país, e D. Manuel II, o filho mais novo de D. Carlos
com 18 anos, em vez de ir para a Escola Naval, assume o trono. Também
não o seria por muito tempo.
Depois a primeira decisão que
tomaram foi afastar João Franco do governo, porque o consideravam
culpado por não ter garantido a segurança do rei. E nomearam o
almirante Ferreira do Amaral, que não estava identificado com nenhum
partido.
Definiram ainda as regras
destinadas a acalmar o país, a que deram o nome de "política
de acalmação".
Envolveram no governo pessoas de
vários partidos e libertaram os presos republicanos a fim de
acalmarem os ânimos.
De início funcionou, porque toda
a gente ficou impressionada com a morte brutal do rei e do principe.
E até o Partido Republicano afirmou que nada tinha a ver com o
regicídio, apesar de querem depor a monarquia. O que era verdade,
pois os assassinos pertenciam aos Carbonários.
A simpatia pela República
aumenta
Durante o reinado de D. Manuel
II, os problemas do país não se resolviam, pois continuava a haver
instabilidade política, corrupção, falta de dinheiro, desemprego e
descontentamento, pelo que a monarquia volta a perder apoio, e a
simpatia pela República aumenta.
E é nesta altura que os
republicanos conseguem fazer acreditar que o mal do país estava na
Monarquia, e que só a República o podia salvar.
No ano em que acontece o
Regicídio, há também eleições legislativas, e o Partido
Republicano sobe o número de deputados para sete. E nas eleições
autárquicas ganha facilmente a Câmara Municipal de Lisboa entre
outras autarquias na província.
Os republicanos consideram que
estão no bom caminho para depor a monarquia.
Mas os Carbonários acham que só
com a revolução consegueriam derrubá-la.
E realmente a Carbonária veio a
ter um grande papel na revolução de 1910, pois entretanto, o seu
chefe, consegue ligações com o Partido Republicano, e consegue
mesmo trazer para o seu grupo dois dirigentes.
E nesse sentido, esta sociedade
secreta, adota uma estratégia de minar a população e cativar mais
aderentes, encarregando cada elemento de arranjar um "primo",
no Exércíto ou na Marinha, cria um serviço de contra-espionagem,
para evitar fugas de informação, e cria um fundo de auxílio
destinado a sustentar as famílias daqueles que fossem presos.
A par disto tudo íam comprando
armas, fabricando bombas e fazendo contactos com outros grupos que
também queriam a revolução, tal como a Maçonaria e os
anarquistas.
A monarquia em Portugal tinha
mais de setecentos anos de existência, seria que devido à crise em
que se encontrava, estava à vista a sua extinção?
Páginas 57, 58, 62, 63 e 64
4º ano, CESC
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